Checklist contábil para abrir salão ou barbearia
13 de out. de 2025
Visão rápida (por que este checklist importa)
Negócios de beleza têm regras municipais de saúde, ISS municipal, opção de salão-parceiro (Lei 13.352/2016) e CNAEs específicos. Um pequeno erro — como emitir NFS-e no município errado ou não cumprir a licença sanitária — pode travar operação e contratos. Aqui está o “pacote completo” para abrir com segurança.
1) Defina atividade e CNAE (a base de tudo)
Cabeleireiros, manicure e pedicure: CNAE 9602-5/01
Atividades de estética e outros cuidados com a beleza: CNAE 9602-5/02
Use exatamente a descrição que condiz com os serviços que você prestará. Isso orienta tributação (Simples/ISS), notas e licenças.
Dica: muitos salões conseguem enquadramento no Simples Anexo III (com variações conforme atividade e Fator R). Consulte seu contador.
2) Escolha o formato do trabalho: CLT, autônomos ou salão-parceiro
A Lei 13.352/2016 (Salão-Parceiro) permite contratos de parceria formal com cabeleireiros, barbeiros, manicures etc., sem vínculo empregatício, com divisão de receitas definida em contrato escrito. Quando usada corretamente, reduz passivos trabalhistas e dá previsibilidade.
Checklist da parceria
Contrato escrito e individual por profissional
Regras de repasse, agenda e uso de espaço/equipamentos
Emissão fiscal coerente (NF do salão e recibo/nota do parceiro quando aplicável)
3) Licenças e autorizações (municipais e sanitárias)
Alvará de Funcionamento (prefeitura) e, na maioria das cidades, Licença/CMVS junto à Vigilância Sanitária municipal. Em SP, a Portaria SMS nº 266/2025 atualizou o regramento do CMVS.
A vigilância local é quem regulamenta e fiscaliza os salões; cumpra as exigências de higiene, esterilização e descarte de materiais.
Há cidades com guias próprios: ex., Jundiaí e Rio publicam orientações sobre limpeza, desinfecção e esterilização de materiais como alicates e navalhas.
Observação: algumas prefeituras flexibilizam atos públicos de liberação para MEI conforme a Resolução CGSIM 59/2020 (ex.: Curitiba). Confirme a regra da sua cidade com a Vigilância e a Secretaria de Fazenda.
4) Requisitos sanitários essenciais (operacionais)
Limpeza → desinfecção/esterilização: materiais críticos (alicates, espátulas metálicas, navalhas) devem ser limpos e esterilizados; a desinfecção sempre vem após limpeza. A Anvisa publica FAQ específico para serviços de embelezamento.
Armazenamento e validade: kits esterilizados identificados e guardados corretamente; manuais locais indicam prazos e acondicionamento.
Responsabilidade é municipal: códigos e manuais sanitários variam por cidade; siga o roteiro local.
5) Enquadramento tributário e ISS
ISS é municipal (alíquota geralmente 2%–5% sobre o preço do serviço). O pagamento e a emissão da NFS-e seguem a regra da sua prefeitura.
Simples Nacional: para muitos salões, a tributação entra no Anexo III; Fator R pode alterar o anexo conforme a relação folha/receita (12 meses). Planeje a remuneração dos sócios e contratações considerando esse cálculo.
Onde recolher: verifique o local de incidência do ISS e se há retenção pelo tomador (algumas prefeituras exigem). Regra e responsáveis variam por município. (Recomendamos checar a legislação local ao emitir NFS-e.)
6) Pessoas & folha (quando houver empregados)
eSocial para admissões, folha, desligamentos e SST; dados alimentam DCTFWeb (DARF previdenciário). Programe prazos para admissão antes do 1º dia e fechamento de folha.
FGTS/INSS: encargos conforme CLT; no salão-parceiro não há vínculo empregatício, mas siga à risca a lei e o contrato para evitar descaracterização. (Boas práticas e cronograma oficial via portais Gov.br.)
(Este item sintetiza rotinas; seu contador adequa os eventos ao seu município e sistema.)
7) Compras, resíduos e segurança
Perfurocortantes e materiais contaminantes exigem coleta e descarte adequados segundo normas municipais (algumas exigem PGRSS simplificado para estabelecimentos que geram resíduos de atenção à saúde). Consulte a Vigilância local.
Corpo de Bombeiros (AVCB): verificação de segurança do local conforme o estado.
Contratos com fornecedores: peça nota fiscal e mantenha rastreabilidade de lotes (químicos, cosméticos, EPI).
8) Finanças e preço (o que evita dor de cabeça)
Conta PJ separada, pró-labore para sócios e fluxo de caixa semanal.
Formação de preço considerando: comissões ou repasses a parceiros, insumos, impostos (ISS/Simples), aluguel/energia, limpeza/esterilização e reposição de equipamentos.
Maquininhas/links: compare taxas e antecipação para não corroer margem.
9) Checklist final (imprima e marque)
CNAE correto (9602-5/01 e/ou 9602-5/02) e contrato/ato na Junta
Salão-parceiro: contratos individuais prontos (se optar)
Alvará + Licença/CMVS emitidos (vigilância sanitária municipal)
Rotina de esterilização/armazenamento definida e registrada
NFS-e/ISS configurados no município; regra de retenção conferida
Simples Nacional e Fator R simulados (folha/receita)
eSocial/DCTFWeb prontos (se houver empregados)
Plano de resíduos e segurança conferidos com a prefeitura
Política de preços e caixa (margem + impostos + repasses) definida
Perguntas que recebo sempre (respostas diretas)
MEI pode abrir salão?
Sim, para atividades enquadráveis e limite de faturamento do MEI; porém, salão-parceiro costuma ser usado por salões com maior porte/agenda. Confirme CNAE, licenças e regras municipais. (Concla IBGE)
Preciso de autoclave por lei federal?
A Anvisa informa que não há lei federal que obrigue autoclave para alicates; o que há são normas de limpeza + desinfecção/esterilização e regras locais da vigilância sanitária. Verifique a orientação do seu município.
Qual anexo do Simples?
Em muitos casos, Anexo III — mas Fator R pode alterar a tributação. Faça simulações com seu contador.
Conclusão
Abrir salão ou barbearia com segurança é organizar CNAE + licenças + ISS + modelo de contratação desde o primeiro dia. A Adiv cuida do passo a passo com você — do CMVS à NFS-e, do Simples ao salão-parceiro — para que você foque no atendimento e no faturamento.
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