CNAE como escolher (e quando trocar) pra pagar menos imposto sem risco
17 de nov. de 2025
O que é CNAE e por que ele pesa tanto no bolso?
CNAE é a sigla para Classificação Nacional de Atividades Econômicas. É um sistema de códigos que organiza todas as atividades econômicas realizadas no Brasil e padroniza como os órgãos do governo enxergam o que a sua empresa faz.
Esse código aparece no seu CNPJ, tanto na atividade principal quanto nas atividades secundárias, e é usado por Receita Federal, estados e municípios para fins de registro, fiscalização e tributação.
Em resumo:
O CNAE diz para o governo o que sua empresa faz.
Com base nele, os órgãos públicos definem quais impostos você paga e quais benefícios ou restrições se aplicam ao seu negócio.
Por isso, um CNAE mal escolhido pode significar:
pagar mais imposto do que deveria;
não poder optar pelo Simples Nacional;
ter problemas com alvará, licenças e fiscalização;
ficar irregular por exercer uma atividade que não está descrita no CNPJ.

Como o CNAE influencia o regime tributário e o valor dos impostos
O CNAE não é só “um código qualquer”. Ele está diretamente ligado a:
Qual regime tributário sua empresa pode escolher (Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real).
Quanto de imposto você paga sobre o faturamento no Simples (anexo, alíquotas e possíveis benefícios por atividade).
Se sua atividade é tributada principalmente por ISS (serviços) ou ICMS (comércio/indústria).
Alguns exemplos práticos:
Um CNAE de serviços pode levar a empresa para anexos do Simples com alíquota inicial mais alta do que um CNAE de comércio.
Existem CNAEs que impedem a opção pelo Simples Nacional. Se a empresa incluir um desses códigos (mesmo como atividade secundária), pode perder o direito ao regime simplificado.
Por isso, selecionar o CNAE certo é uma das decisões mais importantes na abertura – e também na revisão da sua empresa.
Passo a passo para escolher o CNAE ideal
Se você está abrindo empresa agora ou pensando em regularizar seu CNPJ, siga este roteiro para escolher um CNAE mais estratégico e seguro:
1. Liste o que você realmente faz (e pretende fazer)
Nada de pensar só na atividade de hoje. Anote:
o que você já vende ou presta;
o que pretende oferecer nos próximos 12 a 24 meses;
se vai prestar serviços, vender produtos ou os dois.
Isso evita ter que trocar CNAE toda vez que surgir uma nova oportunidade de negócio.
2. Descubra qual atividade gera (ou deve gerar) mais faturamento
O CNAE principal deve ser a atividade que mais gera receita para a empresa. As demais ficam como atividades secundárias.
Exemplo:
Uma barbearia que vende alguns produtos para cabelo deve ter como CNAE principal serviços de cabelereiro/barbearia, e como secundário comércio varejista de cosméticos, se fizer sentido.
3. Consulte a tabela oficial de CNAE
A tabela CNAE é pública e pode ser consultada online. Nela você encontra:
descrição resumida da atividade;
exemplos do que está incluído;
atividades que não se encaixam naquele código.
Aqui é importante ter calma: muitas descrições são técnicas e podem gerar dúvida. É justamente aí que o apoio de um contador faz diferença.
4. Avalie o impacto tributário de cada CNAE
Depois de identificar algumas opções de código, é hora de olhar para o bolso:
esse CNAE permite entrar ou permanecer no Simples Nacional?
em qual anexo do Simples a empresa provavelmente vai cair?
há algum benefício em separar atividades em mais de um CNAE (por exemplo, comércio + serviço), desde que isso reflita a realidade?
Essa análise é mais técnica. Na Adiv, por exemplo, a escolha do CNAE é feita sempre junto com uma simulação tributária, considerando o faturamento previsto e o tipo de cliente (PF ou PJ).
5. Pense na parte operacional: notas, licenças e fiscalização
Além de impostos, o CNAE também influencia:
o tipo de nota fiscal que você vai emitir (serviço, produto, ou ambas);
a necessidade de alvará, vigilância sanitária, entre outros;
a forma como a prefeitura e o estado vão fiscalizar o seu negócio.
Escolher um CNAE só porque “paga menos imposto” mas que não corresponde à realidade é uma economia de curto prazo com risco alto de dor de cabeça no futuro.
CNAE principal e CNAEs secundários: quando compensa ter mais de um?
Você pode ter um CNAE principal e vários secundários, desde que todos reflitam atividades que sua empresa realmente realiza ou pretende realizar.
Ter CNAEs secundários pode ser útil quando:
você presta mais de um tipo de serviço (ex.: design gráfico e gestão de redes sociais);
você presta serviço e também revende produtos;
sua empresa está crescendo e começou a atuar em um novo segmento complementar.
Por outro lado, excesso de CNAEs pode ser um problema quando:
você coloca atividades que nunca realiza, só “por precaução”;
adiciona um CNAE que veda a opção pelo Simples Nacional;
a empresa passa uma imagem confusa ou perde benefícios específicos por não ter foco.
Aqui o equilíbrio é importante: o CNAE deve refletir a realidade da empresa, sem travar o crescimento.
Quando faz sentido trocar o CNAE da empresa?
Alguns sinais de que pode ser hora de revisar o CNAE:
Você mudou de foco
Ex.: antes fazia só prestação de serviço, agora o faturamento maior vem da venda de produtos.
A empresa começou a oferecer um novo tipo de serviço/produto fixo
Não é um “bico” pontual, e sim algo que entrou de vez no modelo de negócio.
O contador identificou que o CNAE atual aumenta o imposto
Em certos casos, uma reestruturação de atividades (sempre dentro da lei) pode levar a uma tributação mais justa.
Seu CNPJ foi aberto de forma genérica ou errada
Isso é muito comum em aberturas feitas às pressas ou sem orientação: coloca-se um CNAE “parecido” para agilizar e o problema aparece depois.
Você quer migrar de MEI para ME e precisa adequar as atividades
Alguns MEIs, ao crescerem, precisam ajustar CNAE para entrar no Simples como microempresa ou empresa de pequeno porte sem surpresas.
Como funciona, em linhas gerais, a troca de CNAE
O procedimento exato pode variar conforme o estado e o município, mas, em geral, envolve:
Análise prévia com o contador
Simulação de impactos em imposto, Simples Nacional, licenças e obrigações acessórias.
Alteração do contrato social ou requerimento de empresário
Quando a empresa é LTDA, Sociedade Simples ou outro tipo societário, a alteração do CNAE normalmente vem acompanhada de uma alteração contratual.
Atualização no registro competente
Junta comercial ou cartório (conforme o tipo de empresa).
Atualização do CNPJ
A mudança precisa ser refletida junto à Receita Federal, para atualizar a atividade principal e secundárias.
Comunicação a prefeitura e estado (se necessário)
Especialmente para fins de ISS e ICMS, garantindo que o cadastro municipal e estadual esteja alinhado ao novo CNAE.
Trocar CNAE sem essa análise completa pode até resolver um problema de curto prazo, mas criar outros: aumento de obrigações, perda de benefícios fiscais ou desenquadramento do Simples.
Erros comuns que fazem o empresário pagar mais imposto (ou correr risco)
Alguns deslizes acontecem sempre que o assunto é CNAE:
Escolher o código só pelo “nome bonito”, sem ler a descrição completa.
Colocar como principal uma atividade que não é a mais lucrativa da empresa.
Não incluir CNAEs secundários relevantes, mesmo exercendo essas atividades.
Incluir CNAEs impeditivos ao Simples Nacional sem saber.
Usar um CNAE que não condiz com a realidade, apenas para tentar pagar menos imposto.
Lembrando: além da parte tributária, isso pode virar problema em uma fiscalização ou em um pedido de crédito, financiamento ou licitação.
Como a Adiv pode te ajudar a escolher (ou trocar) o CNAE com segurança
Na Adiv, o CNAE não é definido “no automático”. Em vez disso, o processo costuma envolver:
uma conversa franca para entender o que você faz hoje e o que pretende fazer nos próximos anos;
uma análise tributária para ver qual combinação de atividades faz mais sentido dentro da lei;
orientação sobre impactos práticos: notas fiscais, Simples Nacional, licenças, folha de pagamento e crescimento do negócio.
Isso vale tanto para quem está:
abrindo empresa pela primeira vez;
migrando de MEI para Simples Nacional;
quanto para quem já tem CNPJ e desconfia que escolheu o CNAE “do jeito errado”.
Conclusão: CNAE não é detalhe — é estratégia
O CNAE é um dos campos mais importantes do seu CNPJ. Ele impacta:
quanto imposto você paga;
quais regimes tributários estão disponíveis;
quais atividades sua empresa pode exercer com segurança.
Em vez de tratar o CNAE como burocracia, encare como uma decisão estratégica. Com uma boa escolha (e uma boa revisão, quando necessária), você paga o que é justo, reduz riscos e prepara o negócio para crescer.
Se você está em dúvida sobre o CNAE atual ou quer abrir/ajustar sua empresa da forma certa, a Adiv pode te acompanhar em cada etapa, de forma simples e humanizada.
Quer que um contador analise o seu caso e te ajude a pagar menos imposto com segurança?
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