Como um contador ajuda a quitar dívidas e regularizar o CNPJ

Quando as dívidas apertam, avisos da Receita chegam e o CNPJ ameaça ficar inapto, é normal bater ansiedade. A boa notícia: com método, dá para parar a sangria, negociar valores e regularizar sua situação. Neste guia, mostramos como um contador atua na prática — do diagnóstico à negociação e ao replanejamento financeiro — para você voltar a operar com segurança e foco no crescimento.

1) Primeiro passo do contador: diagnóstico rápido e completo

• Mapa de pendências federais no e-CAC (situação fiscal, notificações, parcelamentos e declarações atrasadas).

• Dívida Ativa da União/FGTS no Regularize (PGFN), onde se emite DARF/DAS e se negocia débitos inscritos.

• Risco de CNPJ inapto: conferir omissões de declarações (2 anos) e como sanear pelo e-CAC (entrega/retificação).

• Simples Nacional: se você foi notificado de exclusão, hoje há 90 dias para regularizar e evitar sair do regime.

Resultado: um plano de ataque por órgão (Receita/PGFN/Estado/Prefeitura/FGTS), com valores, prazos e prioridades.

2) Negociar dívidas: quais caminhos existem (e quando usar)

a) Débitos ainda na Receita Federal (não inscritos na Dívida Ativa)

Parcelamento ordinário no e-CAC: até 60 parcelas; formalização com o pagamento da 1ª parcela. Ideal para débitos em fase “administrativa”.

b) Débitos inscritos na PGFN (Dívida Ativa da União/FGTS)

Negociação pelo Regularize com Transação Tributária: a PGFN publica editais (ex.: 2025) com descontos conforme capacidade de pagamento e prazos que podem chegar a até 145 meses, especialmente para MEI/ME/EPP.

Como o contador ajuda: simula cenários (entrada mínima, desconto, prazo), escolhe o edital mais vantajoso, formaliza o acordo e acompanha as parcelas para você não perder benefícios.

3) Tirar o CNPJ do sufoco (suspenso/inapto) — o que fazer

• Entregar o que está em atraso (declarações/obrigações omitidas) e pagar/parcelar os débitos identificados.

• Acompanhar ADEs, editais e intimações no sistema da Receita para confirmar a reativação.

• Se for caso de Simples Nacional, quitar ou parcelar dentro do prazo (90 dias após ciência) evita a exclusão.

4) Burocracia sem drama: quem faz o quê

• Receita Federal (e-CAC): parcelamento ordinário, entrega/retificação de declarações, consulta de pendências.

• PGFN (Regularize): transações por adesão com descontos/prazos estendidos para Dívida Ativa.

• Estado/Prefeitura: ICMS/ISS (em muitos municípios, há retenções e regras próprias).

• FGTS: regularização de débitos de folha/guia via sistemas CAIXA.

O contador coordena tudo: agenda, documentos, prazos, guias e protocolos.

5) Plano de prevenção: para você não voltar às dívidas

• Calendário fiscal (eSocial/EFD-Reinf/DCTFWeb/DAS/DAS-MEI/NFS-e).

• Rotina de caixa (previsão de tributos por semana/mês).

• Revisão de enquadramento (Simples x Presumido) para pagar menos com segurança.

• Treinamento do time para evitar novas multas (ex.: prazo de admissão no eSocial).

6) Checklist do que levar ao contador (comece agora)

• Acesso gov.br do responsável legal.

• CNPJ + Inscrições (municipal/estadual).

• Últimas guias e declarações (entregues e pendentes).

• Relatório do e-CAC (situação fiscal) e do Regularize (se houver Dívida Ativa).

Erros comuns (e como o contador evita)

• Ignorar prazos de exclusão do Simples (perde benefícios e paga mais imposto).

• Negociar dívida errada no lugar errado (e-CAC x PGFN) e perder descontos.

• Deixar declarações sem entregar — risco de CNPJ inapto.

• Pagar parcelas sem arrumar a raiz do problema (fluxo de caixa/preços).

Sair das dívidas é possível — e quanto antes você agir, menores os custos e o estresse. Um contador encurta caminho, evita erros caros e deixa seu CNPJ regular para você voltar a vender com tranquilidade.

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